Agentes de Mudança Espiritualmente Inspirados

Atividades

Imagen

Encontro com [C]ALMA

Quarta, 10 de julho, às 17h Brasília, 21hLisboa, 16h Luanda, 17h Maputo.  

Para celebrar o mês do feminino, convidamos e honramos todas as mulheres da comunidade para um Encontro com (C)Alma, dirigido a mulheres no sentido do aprofundamento e nutrição do ser, da arte do cuidar e da cura.  

Em círculo de partilha e confiança, com calma, leveza, simplicidade e tempo: para ser e dar espaço ao silêncio,    

Duração:  60 a 90 minutos.   

   

Inscreva-se aqui

Para mais informações: [email protected]   

 

Imagen

A Caminho de Santiago

A Caminho de Santiago 

De: 29 de setembro a 03 de outubro de 2024  

Para: Pessoas individuais; Grupos; Serviços; Empresas. 

Esta caminhada é um (re)encontro único contigo próprio. É uma pausa que te ofereces para desfrutar do momento presente, um retiro a pé feito intencionalmente para aprofundar e saborear a experiência individual, com a colaboração do Lourenço da Regenerar. O percurso segue o Caminho de Finisterra, numa duração de 5 dias. A saída será de comboio (Porto ou Nine) para Santiago onde pernoitaremos. No dia do início da caminhada rumo a Finisterra, passando antes por Muxia. 

Caminho acompanhado pelo Agente de Mudança Espiritualmente Inspirado Filipe Maia fundador do projeto Walk to Believe – Psicologia & Caminhadas 

 

Para mais informações e inscrição

 

 

Imagen

Circulo de educadores Espiritualmente Inspirados

A comunidade dos Agentes de Mudança Espiritualmente Inspirados, da língua portuguesa, realizou um Encontro em Comunidade com o tema da Educação Transformadora espiritualmente inspirada. Conscientes da dificuldade de mudar as estruturas macro acreditamos que a mudança começa em cada um e que juntos, embora dispersos no Planeta, podemos tecer padrões de mudança consistentes e nutrir outros que se sintam sozinhos neste movimento de mudança.    

Veja aqui a partilha do circulo: 

 

 

 

 

Breves notícias da nossa comunidade

Aldeia das Religiões 

Imagen

 
O projeto promove o encontro e a interação ecuménica e inter-religiosa, à semelhança do que aconteceu em 2012, ano em que se realizou a primeira edição do evento. A Aldeia das Religiões dá a conhecer os princípios fundamentais da fé e da história de cada religião.  

Cada confissão religiosa presente no evento tem um espaço onde coloca o que melhor representa a sua religião. Quer os visitantes, quer os habitantes da “Aldeia das Religiões” podem visitar e conviver nos espaços uns dos outros. 

Carla Sepúlveda sublinhou que este tipo de atividades são fundamentais para a construção de sociedades ´mais coesas e igualitárias´. “Temos recebido quem nos procura de braços abertos e esta iniciativa é mais um grande passo para promover a diversidade e podermos partilhar o que de melhor temos para oferecer”, disse. 

Já João Rodrigues afirmou que o aumento do conhecimento sobre as diferentes vivências religiosas e espirituais permite uma interação social mais saudável e plural. "A Aldeia das Religiões é um espaço de encontro e de partilha, onde podemos aprender uns com os outros, desmistificar conceitos e construir pontes entre as comunidades", assegurou. 

Existem também dois espaços de convívio: “Tenda do Encontro” e a “Mesa comum”. A “Tenda do Encontro” é um espaço de paragem e passagem onde, no decorrer deste evento, haverá lugar para o diálogo, partilha e convívio. Não há debates, mas sim a oportunidade de cada um falar da sua história, das suas tradições e das suas doutrinas. No programa estão agendados 23 momentos, dinamizados pelas diferentes confissões religiosas presentes no encontro. 

Por seu turno, a “Mesa comum” é outro espaço de encontro, no qual a mesma comida é servida para vários líderes religiosos, com ementas feitas de acordo com as tradições gastronómicas de cada um. 

 

Encontros notáveis: Ana Verena 

 

Imagen

Há encontros que nos marcam, pessoas que encontramos no nosso caminho e que ficam gravadas para sempre. Assim é com as pessoas inspiradoras da Comunidade dos Agentes de Mudança Espiritualmente Inspirados e assim aconteceu com a minha amiga Ana Verena, mulher inspiradora que desde o primeiro instante aceitou o desafio de fazer parte desta Comunidade. Faz agora dois anos que este caminho começou e continuo a sentir na Ana o entusiasmo do primeiro instante, uma força que move montanhas, com uma tranquilidade imensa, sorriso estampado no rosto e palavras que lhe vêm sempre do coração. Assim é a sua entrega como educadora espiritualmente inspirada, praticante do Budismo Tibetano e na sua atuação nas redes compassivas de aprendizagem e cuidado na Educação, como: 

  

- A Comunidade virtual de Educadores, “Educa Compaixão”, um espaço virtual de promoção de experiências de cuidado inspirados no Budismo, em especial no caminho pedagógico das 5 sabedorias e na visão de Cultura de Paz, eticamente comprometida com a diversidade e o diálogo com as principais questões sociais do nosso tempo. Este projeto reúne professores, psicólogos, pais e interessados em educação de todo Brasil, e desde 2021; 

  

- A “Mandala de educação do Centro de Estudos Budistas Bodisatva” (CEBB) do Recôncavo: Localizado no estado da Bahia/Brasil é um coletivo de educadores e pessoas interessadas em educação, que buscam por em prática os ensinamentos sobre compaixão da tradição budista, através da escuta de sonhos e necessidades, presentes nos contextos educativos das comunidades conectadas ao nosso centro, apoiando o nascimentos dos sonhos e favorecendo a superação criativa dos obstáculos, a partir da doação de nossos talentos e da mobilização de redes solidárias. 

  

- Projeto “Cuidar do Cuidador” é uma série de encontros presenciais de periodicidade mensal para o exercício do cuidado emocional. A partir de ferramentas da psicoterapia, de práticas contemplativas e da escuta ativa, este projeto favorece diretamente 21 educadores e educadoras da escola Luiza Mahin, espaço educativo criado por mulheres da comunidade do Uruguai/ Salvador a mais de 30 anos e que atende a 287 crianças de 2 a 6 anos de idade. 

A partilha de experiências enriquece o correr dos dias, aproximam-nos na humanidade e são por vezes a motivação e encorajamento regenerativo para que cada um encontre pontes que o liguem ao motivo pelo qual veio ao mundo. 

  

Assim, perguntei à Ana: “Como te vês como educadora espiritualmente inspirada? Houve algum marco na tua forma de ser e de estar na educação?” 

  

O princípio que orienta o meu fazer educativo se inspira e dialoga com o proverbio Africano que diz: “É preciso uma aldeia inteira para educar uma criança”. Na cosmovisão do budismo tibetano, a tradição religiosa da qual sou praticante, não é possível conceber nenhum ser separado de nós mesmos, somos todos interdependentes, portanto a nossa felicidade, a felicidade e desenvolvimento sadio das crianças e jovens não depende só de como cuidamos deles e delas para que se desenvolvam, mas também de como cuidamos de nós mesmos e do mundo. 

  

  

Depois de alguns anos trabalhando como professora da educação básica em escolas públicas, eu tive a oportunidade de trabalhar num projeto de educação não formal. Era um projeto social que tinha como pretexto o ensino das ciências, e o que me atraiu de início para essa proposta foi a possibilidade de ensinar sobre História a partir de um olhar problematizador e investigador. Mas, com certeza, o meu maior aprendizado nessa experiência foi poder vivenciar de forma concreta algo que até então eu só tinha lido e estudado nos livros: uma experiência de educação verdadeiramente democrática, construída a várias mãos e vozes. Esse foi o meu primeiro contato com uma escola aldeia. 

Anos depois deparei-me com duas experiências ainda mais radicais na escola de Aldeia: a Escola Comunitária Luiza Mahim e o Núcleo Educacional Irmãos Menores de Francisco de Assis. Eu diria que esses dois espaços não são apenas escolas, são células de vida e cuidado de si, do outro e do mundo, que reverberam profundas transformações em suas comunidades e retroalimentam as motivações de vida de todos que fazem parte dessas aldeias de aprendizado e desenvolvimento humano. 

  

O meu olhar sobre a educação foi profundamente tocado por essas experiências e senti-me motivada a construir e contribuir para a existência de mais aldeias como essas. 

  

Desta motivação surgem dois projetos: “Cuidar do Cuidador”, que é um projeto que consiste em encontros periódicos com as educadoras da Escola Comunitária Luiza Mahin para o exercício de práticas de cuidado com o corpo, a mente e os afetos, a partir de instrumentos como: respiração, dança, pintura, rodas de escuta e partilha, dinâmicas sistêmicas e meditação. 

E o segundo projeto se chama “Conexão”. Este projeto surge da perceção de que, em ambientes onde não existe uma rede de proteção e cuidado comunitários, muitos pais e educadores sentem-se sobrecarregados e perdidos frente a falência dos referenciais de educação conhecidos e experimentados por eles.  

Nesse contexto, nos colocamos frente ao desafio de ser rede para esses cuidadores, oferecendo vivências em educação integral que a partir de atividades lúdicas, tirem as crianças e adolescentes da frente das telas e possa inseri-las num contexto de reconexão consigo mesmas, com a natureza, com outras crianças e jovens, com seus afetos e espiritualidade. 

  

Acredito que a visão de unidade, de interdependência dos seres, que fundamenta a minha tradição religiosa é também o fundamento da minha ação ética no mundo e fonte de motivação para construir e me engajar em redes de cuidado na educação. 

  

Projeto Reflorestamento Aldeia Tatuí Pataxó | Bahia | Brasil 

   

Imagen

  

Em 2023, com o intuito de manter a cultura Pataxó e proteger a biodiversidade 

local, os indígenas Pataxós começaram a cercar uma área de cerca de 20 mil hectares, localizada na Terra Indígena Barra Velha do Monte Pascoal, no estado da Bahia, Brasil, para precederem á sua reflorestação. 

Com a reflorestação desta área será regenerar a flora degradada, proteger a 

fauna e realizar a recuperação de nascentes. 

Liderados por Arassari Pataxó, os Pataxós realizaram o plantio de 36 mil árvores, em áreas adjacentes a remanescentes florestais e córregos de água. A área plantada corresponde a 15,8 mil hectares.  

O plantio contou com a colaboração de crianças, jovens e anciões, visando que o reflorestamento envolvesse toda a comunidade e fosse parte de um processo de aprendizagem para os mais jovens sobre como recuperar uma floresta. Foram utilizadas mudas nativas, produzidas em viveiros locais. 
A próxima área a ser reflorestada mede 88,5 mil hectares, comportando cerca de 100 mil mudas de árvores.  
O solo é arenoso com alto grau de acidez e está sendo manejado pela população local com adubação orgânica e cobertura do mesmo. A área é adjacente a remanescentes florestais e cursos de água, visando ampliar a cobertura florestal e as matas ciliares. A restauração dessa área é essencial para manutenção dos corpos hídricos locais, para garantir a segurança alimentar da fauna local e do povo Pataxó. O projeto está em consonância com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) e com a Década da Restauração dos Ecossistemas (ONU) e conta com o apoio e responsabilidade técnica da bióloga Nina Arouca, coordenadora de projetos de reflorestamento na Mata Atlântica e Amazônia brasileira. 

A Aldeia Tatuí Pataxó está localizada na Terra Indígena Barra Velha do Monte Pascoal, no estado da Bahia, Brasil. A área integra a bacia hidrográfica do rio Caraíva e é composta maioritariamente pela fitofisionomia de Floresta Ombrófila Densa, bioma da Mata Atlântica. A Terra Indígena Barra Velha do Monte Pascoal está sobreposta ao Parque Nacional e Histórico do Monte Pascoal. O Parque Nacional e Histórico do Monte Pascoal, abrange a primeira porção de terra do Brasil avistada pelos navegadores portugueses em 1500, e é o primeiro e único Parque Nacional e Histórico brasileiro, criado em 1961. Com 22.240,67 hectares, o Parque faz parte do Patrimônio Mundial Natural da UNESCO. 

Primeira área de contato entre portugueses e grupos indígenas brasileiros, esta região representa um marco histórico de exploração das terras e das populações nativas do Brasil. Essa região do Brasil é alvo, desde 1500, da exploração de madeira e de desmatamentos constantes, realizados com uso predominante de incêndios florestais visando a exploração fundiária. 
Com a criação da Unidade de Conservação do Monte Pascoal (1961), a área ficou destinada exclusivamente a preservação ambiental e as populações nativas, que cuidaram e lutaram por séculos pela preservação dessa região, foram expulsas pelo governo brasileiro e enfrentaram muitas lutas pelo direito de permanecer em seu território ancestral. Entretanto, as lutas incessantes dos Pataxós pelo seu território e seus direitos foram frutíferas: o governo federal em 2016 decretou que por ter em sua área a presença de indígenas da etnia Pataxó desde antes de seu decreto de criação, o Parque Nacional e Histórico do Monte Pascoal possui sobreposição territorial com a Terra Indígena, razão pela qual o território possui gestão compartilhada. Mas presença das unidades de conservação e dos territórios indígenas não têm garantido o fim dos conflitos e da exploração criminosa: a região segue ameaçada e pressionada por madeireiros e fazendeiros e pela exploração de grandes monoculturas de Eucalipto, com grandes extensões de áreas devastadas anualmente. Apesar de séculos de destruição e das disputas fundiárias constantes, a Terra Indígena Barra Velha do Monte Pascoal ainda possui uma diversidade de paisagens e belezas cênicas únicas, abrangendo praias com águas cristalinas, vegetação de restinga, manguezal, praias pluviais, os campos de Mussununga, que só existem na região, e uma porção importante da magnífica Mata Atlântica no extremo sul da Bahia, que precisa ser cuidada, preservada e ampliada. 

Assim, perguntei à Ana: “Como te vês como educadora espiritualmente inspirada? Houve algum marco na tua forma de ser e de estar na educação?” 

  

O princípio que orienta o meu fazer educativo se inspira e dialoga com o proverbio Africano que diz: “É preciso uma aldeia inteira para educar uma criança”. Na cosmovisão do budismo tibetano, a tradição religiosa da qual sou praticante, não é possível conceber nenhum ser separado de nós mesmos, somos todos interdependentes, portanto a nossa felicidade, a felicidade e desenvolvimento sadio das crianças e jovens não depende só de como cuidamos deles e delas para que se desenvolvam, mas também de como cuidamos de nós mesmos e do mundo. 

  

  

Depois de alguns anos trabalhando como professora da educação básica em escolas públicas, eu tive a oportunidade de trabalhar num projeto de educação não formal. Era um projeto social que tinha como pretexto o ensino das ciências, e o que me atraiu de início para essa proposta foi a possibilidade de ensinar sobre História a partir de um olhar problematizador e investigador. Mas, com certeza, o meu maior aprendizado nessa experiência foi poder vivenciar de forma concreta algo que até então eu só tinha lido e estudado nos livros: uma experiência de educação verdadeiramente democrática, construída a várias mãos e vozes. Esse foi o meu primeiro contato com uma escola aldeia. 

Anos depois deparei-me com duas experiências ainda mais radicais na escola de Aldeia: a Escola Comunitária Luiza Mahim e o Núcleo Educacional Irmãos Menores de Francisco de Assis. Eu diria que esses dois espaços não são apenas escolas, são células de vida e cuidado de si, do outro e do mundo, que reverberam profundas transformações em suas comunidades e retroalimentam as motivações de vida de todos que fazem parte dessas aldeias de aprendizado e desenvolvimento humano. 

  

O meu olhar sobre a educação foi profundamente tocado por essas experiências e senti-me motivada a construir e contribuir para a existência de mais aldeias como essas. 

  

Desta motivação surgem dois projetos: “Cuidar do Cuidador”, que é um projeto que consiste em encontros periódicos com as educadoras da Escola Comunitária Luiza Mahin para o exercício de práticas de cuidado com o corpo, a mente e os afetos, a partir de instrumentos como: respiração, dança, pintura, rodas de escuta e partilha, dinâmicas sistêmicas e meditação. 

E o segundo projeto se chama “Conexão”. Este projeto surge da perceção de que, em ambientes onde não existe uma rede de proteção e cuidado comunitários, muitos pais e educadores sentem-se sobrecarregados e perdidos frente a falência dos referenciais de educação conhecidos e experimentados por eles.  

Nesse contexto, nos colocamos frente ao desafio de ser rede para esses cuidadores, oferecendo vivências em educação integral que a partir de atividades lúdicas, tirem as crianças e adolescentes da frente das telas e possa inseri-las num contexto de reconexão consigo mesmas, com a natureza, com outras crianças e jovens, com seus afetos e espiritualidade. 

  

Acredito que a visão de unidade, de interdependência dos seres, que fundamenta a minha tradição religiosa é também o fundamento da minha ação ética no mundo e fonte de motivação para construir e me engajar em redes de cuidado na educação. 

 

 

Breves notícias da nossa comunidade

 

Entrevista a Filipe Maia 

Criador e mentor do projeto WalktoBelieve, com o objetivo de contribuir para o bem-estar pessoal e coletivo através de caminhadas de longa distância nos trilhos dos Caminhos de Santiago. 

Caminho de Santiago – serenidade e razão plena de Ser 

Criador e mentor do projeto WalktoBelieve, com o objetivo de contribuir para o bem-estar pessoal e coletivo através de caminhadas de longa distância nos trilhos dos Caminhos de Santiago. 

Licenciado em Psicologia desde 2004 e com Pós-Graduação em Psicologia Positiva Aplicada, Filipe Maia, sente como desafio ajudar as pessoas a conhecerem-se melhor, a terem uma consciência de si mais apurada, e de que forma esta tomada de consciência pode contribuir para a mudança interior. Neste sentido criou em 2020 a WalktoBelieve cuja missão é contribuir para o bem-estar pessoal e coletivo, através de caminhadas de longa distância nos trilhos dos Caminhos de Santiago.  
O Filipe caminha lado a lado com as pessoas, experiência que oferece um equilíbrio entre as atividades previamente elaboradas (reflexão, relaxamento, meditação) e os presentes espontâneos do dia-a-dia, dando espaço e intenção para o desenvolvimento pessoal. 

  

Imagen

Filipe, na tua opinião o que leva hoje as pessoas a realizarem o caminho de Santiago? 

Na minha perspetiva há 4 grandes motivações: o reencontro consigo, o contacto com a natureza, conhecer o outro e aproximar-se do transcendente. 

A importância de cada dimensão depende do que cada um(a) procura. 

Quem pretende reencontrar-se, alega frequentemente que a superação física e mental é mais do que um objetivo, é uma necessidade. Necessidade de apurar a consciência de si, das suas competências, de provar que se é capaz e sobretudo, de encontrar respostas para acontecimentos de vida difíceis. 

Os que pretendem o contacto com a natureza, têm uma motivação mais contemplativa. Saboreia-se o momento, apura-se os sentidos, o mais importante é caminhar e sentir a natureza, meditando ao longo do percurso. 

Há também quem faça o Caminho mais para conhecer novas pessoas, ouvir histórias de vida e partilhar a experiência à volta de mesa recheada de umas boas tapas e uma "caña" bem fresca. 

E depois há também quem procure aprofundar a sua relação com Deus. Uma procura de paz interior, criando momentos de silêncio, de oração, para se aproximar de Deus. O Caminho passa a ter o propósito de um retiro espiritual...a caminhar. Um percurso de interioridade, de eu comigo e de eu com Deus. 

Creio que ninguém faz o Caminhos de Santiago apenas por uma razão, na maioria das situações, há uma junção de 2, 3 ou de todas essas dimensões. 

  

De que modo o caminho se reflete na vida dos que o percorreram? Quais são os testemunhos que te chegam? 

O Caminho oferece um leque de vivências que têm aplicação prática no quotidiano. Atrevo-me a dizer que quase todos os desafios diários podem ter uma resposta na experiência do Caminho. 

Ao fim de 6 ou 8 dias, acabamos por nos conhecer melhor. E então, uma vez “devolvidos” à rotina diária, quando duvido de mim, recupero as forças internas que usei; quando a autoconfiança diminui, recordo os momentos de superação; se acho que o meu problema não tem solução, relembro as histórias de vida incríveis que ouvi de pessoas que têm problemas maiores que o meu; se preciso de reequilibrar-me, revivo as emoções positivas e as meditações. 

Consegue-se aplicar tudo isso, por isso o Caminho acaba por aproximar-nos da nossa essência, do nosso melhor “eu”. 

  

Nestes teus caminhos, percorridos com muitas pessoas, encontramos um programa destinados a casais, como surgiu a ideia do caminho para casais? 

Esta ideia tem uma origem muito singular e bonita. Surgiu por sugestão de uma senhora, médica, que me desafiou a criar uma caminhada para casais porque queria passar mais tempo de qualidade com o marido. Tinham 2 filhos pequenos e sentia que precisava de desligar-se um pouco da rotina maternal e focar-se mais no marido. 

Não é uma caminhada de terapia de casal, antes uma experiência individual e de casal com dinâmicas que visam criar um ambiente descontraído e ao mesmo tempo uma oportunidade para refletir, ouvir e ganhar novos insights sobre nós mesmos e a vida de casal. 

O grande desafio desta caminhada é oferecer o equilíbrio certo entre realizar atividades previamente elaboradas, deixando espaço e intenção de partilhar momentos a sós e a 

 

Para saber mais sobre a WalktoBelieve e sobre os Caminhos de Santiago: https://walktobelieve.pt/ 

Portu

Como podemos melhorar a nossa conectividade ? 

Um dos propósitos da nossa comunidade dos Agentes de Mudança Espiritualmente Inspirados continuar conectada é podermos continuar a partilhar as nossas experiências, recursos, projetos, necessidades, expandindo e nutrindo a nossa conexão além-fronteiras.   

Estamos ligados a uma grande comunidade dos Spiritual Changemakers, da Ashoka que congrega mais 700 pessoas, em 30 países.  
A partilha de cada um pode enriquecer genuinamente este grupo, para o bem de todos e da sua ação no Mundo. Assim e que para que este fio invisível que nos liga faça eco, partilhem por favor os vossos recursos (livros, textos, projetos, ligações a pessoas inspiradoras, oradores ou necessidades de formação ou outras: https://forms.office.com/r/vTZuY12APC 

Os Tres Olhos Do Conhecimento

Livro do Mês 

“Os três olhos do conhecimento: A busca pelo novo paradigma” 

De Ken Wilber 

Editora Vozes 

Os três olhos do conhecimento é um passo decisivo, dentro da obra de Wilber, para o desenvolvimento de um modelo abrangente de consciência e realidade, englobando os campos da ciência, psicologia, filosofia e religião. Inspirando-se em uma famosa metáfora de São Boaventura, o autor examina as três esferas do conhecimento: o reino empírico dos sentidos, o reino racional da mente e o reino contemplativo do espírito.  
Citando o trabalho de pensadores de um amplo espectro de disciplinas, o autor mostra a confusão que pode nascer da mistura dessas diferentes esferas. Os três olhos do conhecimento também é uma crítica sólida da religião tradicional, da filosofia materialista e de certas teorias populistas da chamada Nova Era.  
O modelo de Wilber é mais amplo e profundo, levando a uma compreensão mais transcendente de nós mesmos e do universo. 

Encontros com calma

Encontro com [C]ALMA  

Sábado, 30 de março, às 12h Brasília, 15hLisboa, 16h Luanda, 17h Maputo. 

Para celebrar o mês do feminino, convidamos e honramos todas as mulheres da comunidade para um Encontro com (C)Alma, dirigido a todas as mulheres, para aprofundamento e nutrição do ser, da arte do cuidar e da cura. 

Em círculo de partilha e confiança, com calma, leveza, simplicidade e tempo: para ser e para o silêncio,   

Duração:  60 a 90 minutos.  

  

Inscreva-se aqui: https://us02web.zoom.us/meeting/register/tZEkf-GppjIsH9M4pyQMqKGTRjCIWd6Kpnkz  

Para mais informações: [email protected]    

Pratica de meditacao

A Próxima Prática Meditativa em Língua Portuguesa será guiada por José Diogo Madeira diretamente da Ilha das Flores - Açores -  uma MEDITAÇÃO GUIADA, aberta a toda a comunidade dos Agentes de Mudança Espiritualmente Inspirados na língua portuguesa: 

 Formato: 15min de prática mais 10min de perguntas e respostas quando solicitado. 

? Dia 09 de março 

? Pelas 12h00 (BR), 15h00 (LIS), 17h00 (MZ.) 

? No Zoom 

Inscreva-se aqui: https://us02web.zoom.us/meeting/register/tZEqcu2vqD4uGNJdh1vJJ88asCmwYf4WoI-h 

 ?? Contamos com a presença de TODOS neste espeço de cuidado interno pelo nosso bem-estar e pelo bem comum. 

Esta primeira meditação do ano, mediada pelo nosso amigo José Diogo Madeira, membro e fundador da Reflower fundada em janeiro de 2017 e que desde aí se dedica à promoção da meditação para todos - sem complicações doutrinárias ou posturas rígidas. O Projeto Reflower já organizou dezenas de eventos de meditação em diversos locais, juntando milhares de praticantes, muitos deles no seu primeiro contacto com a prática meditativa. 

 

Xperiencia Em Comunidade FEB

"E se as histórias para crianças passassem a ser de leitura obrigatória para os adultos? 
Seriam eles capazes de aprender realmente?” 

Esta frase de José Saramago é a base para a primeira “Experiência em Comunidade” do ano de 2024. 

No dia 23 de fevereiro, às 19h30 BR, 22h30 LIS e 23h30 MZ vamos partilhar, com a facilitação de Tatiana Klein, um círculo de Contação de Histórias, um momento de nutrição e ampliação de repertório, através da leitura e das partilhas em grupo, integrado no projeto “Cultivo de Si - Florescimento de todos” https://www.instagram.com/cultivodesi/ 

Este será um encontro dedicado ao tema essencial da morte. “Para onde vamos quando desaparecemos?” de Isabel Minhós Martins e com Ilustração: Madalena Matoso.  

Vamos cultivar juntos a habilidade de ouvir e de se expressar. Nutrir o nosso repertório interno e enriquecer nossas práticas pedagógicas com recursos que são oferecidos pela vivência das histórias e pelas trocas em grupo. 

O que andam as histórias para crianças há tanto a ensinar? 

As histórias escolhidas por Tatiana Klein são para “crianças dos 0 aos 100 anos”, expressão que a própria conheceu com @psico.fatimabarbosa e que traduz a abrangência do trabalho com histórias no Cultivo em Roda. 

O projeto Cultivo de si, florescimento de todos, tem como princípio a transformação interna como propulsora de mudanças e enriquecimento da relação consigo mesmo, com os outros e com o ambiente ao redor. O florescer do ser humano no campo da educação, com base em cinco ações de cultivo: Acolher, Apreciar, Desvendar, Transformar e Expandir. 

A iniciativa multiplica saberes que promovem uma educação que contempla o mundo interno e tem inspiração nas cinco sabedorias budistas. Tem como aspiração facilitar processos de transformação individuais e coletivos através do cultivo e prática de qualidades internas. É dedicado a educadores e cuidadores que desejam aprimorar estas qualidades e transformar a relação consigo mesmo, com os outros e com o seu ambiente. 

 

community news december

SCI_PSW- Encontro de Celebração e Encerramento 

A comunidade dos Agentes de Mudança Espiritualmente Inspirados, da língua portuguesa, reuniu-se no dia 30 de novembro para uma meditação inter-religiosa. Este encontro, dentro da diversidade de tradições que caracteriza a comunidade, foi um espaço de encontro no silêncio, além das distâncias e das diferenças, num momento em que o Mundo passa por tantas crises, dos mais diversos tipos, algumas extremamente dolorosas para a nossa espécie.
A meditação foi guiada pelo Monge Koho Mello da tradição Soto Zen, pelo Rabino Guershon e pelo frei Dominicano Padre Rui Manuel Grácio. 

A meditação iniciou-se com uma bênção em hebraico, pelo rabino Guershon, cantando o salmo 121, “O meu socorro vem do Senhor que fez o céu e a terra”. O rabino agradeceu a possibilidade de uma pausa para poder recarregar a espiritualidade, num dia e num período extremamente difícil para povo de Israel e para tantos países: “Este é um momento em que a humanidade está perplexa. A gente vê e acompanha não apenas os desastres humanos, mas também os desastres naturais. O mundo está-se reunindo no Dubai para discutir o clima, mas também devemos reunir-nos para falar sobre a vida e o respeito pelos direitos humanos”. “Encontro neste Salmo 121 um pouco da resposta… Quando olho aqui, para a Terra, e não encontro respostas, olho para cima, olho para o céu e peço nesse olhar para o alto, o auxílio.” “Tomara que possamos encontrar esse auxílio também entre nós aqui na Terra. Que possamos encontrar o respeito que está faltando. E que pensando em todos aqueles que estão sofrendo (…) não só no Oriente médio, mas temos em curso uma guerra entre a Ucrânia e a Rússia, que foi esquecida.”

O Rabino continuou:
“Temos a potencialidade como Agentes de Mudança de poder influenciar o que está ao nosso redor, que possamos levar essa paz para fora dos limites dos nossos templos e instituições e que essa mensagem se possa repercutir. Quem sabe como uma gota no oceano e que essa gota possa se desenvolver ondas gigantes de amor, de fraternidade e de paz.”
Dando continuidade o Frei Rui falou da paz social, paz política, mas também da paz interior, no fundo uma só. Prosseguiu com uma meditação em silêncio conjugando duas tradições: a tradição Mística cristã e a Soto Zen.
Por fim o coordenador da equipa portuguesa, Alexandre Pereira, partilhou um poema inspirador de D. Tolentino Mendonça:

A entrega

Recebemos a aurora e o verde azulado dos bosques. Recebemos o silêncio intacto dos espaços. Recebemos a música do vento. Mas recebemos igualmente a sofrida marcha da história. O fragmentado desenho sonoro da nossa conversa humana. Esta espécie de parto interminável que, entre dor e esperança, torna semelhantes todos os locatários da terra. Debruça-te benigno, Senhor, sobre a nossa fadiga de semeadores mais que de ceifeiros, sobre o nosso afano de operários, artífices, aguadeiros e construtores. 

Reconhece como nosso o assobio dos caminhantes que, ao amanhecer de cada jornada, repartem ao teu encontro. E a nossa oração de hoje se alongue confiante como uma sintonia buscada com o Espírito, entre a leveza do dom e a aspereza do combate. 
D. José Tolentino de Mendonça,” Rezar de Olhos Abertos” Quetzal

Participaram neste encontro doze agentes de mudança, localizados nos mais diversos países como: Portugal; Brasil; Suíça; Tailândia e Moçambique, muitos não conseguiram estar presentes por diversos motivos, mas cada um dos presentes, representa em si uma comunidade muito maior, e nutriu aqui as sementes, da sabedoria, da compaixão, da ação amorosa no mundo. que irão alimentar muitos outros pelo bem de todos e todas.
 

Encontros notáveis em novembro

Recentemente, tivemos o privilégio de acolher nas nossas iniciativas a riqueza e a força autêntica da diversidade, aspeto habitual nas comunidades lusófonas. No nosso Soul Café abrimos um espaço para ouvir duas vozes brilhantes.

community news december

Primeiramente, nosso convidado foi Arassari Pataxó, líder indígena da Aldeia Barra Velha, na Bahia, nordeste do Brasil. De forma calma e tranquila, Arassari compartilhou connosco a noção de uma espiritualidade do cotidiano, totalmente ligada à Natureza, ao respeito a todos os seres e ações positivas para o bem de todos. Atualmente, Arassari lidera uma iniciativa de regeneração da Floresta Tropical daquela região, por meio do plantio de 60 mil árvores nativas - das quais 35 mil já foram plantadas - integrada em um amplo Programa educativo-ambiental para crianças e jovens.

community news december

Depois, tivemos a presença de Alexandre Seguro, um jovem português que se sentiu chamado a fazer algo pragmático para apoiar uma cultura de paz na sociedade. Utilizando um profundo senso de localização, Alexandre fundou e coordena um programa denominado “Clube da Paz” na Universidade de Lisboa. O objetivo é oferecer sessões regulares de meditação e atividades para o bem-estar integral, promovendo a concretização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (SDG), principalmente para jovens estudantes universitários. Atualmente, Alexandre dedica seus esforços em termos de qualificação recebendo treino formal como noviço num mosteiro budista na Tailândia.

Um livro para o final do ano, para evitar o fim da humanidade

community news december

Como Mudar o Mundo: Os Empreendedores Sociais e o Poder de Novas Ideias

Editor: Estrela Polar

Idioma: português      

Publicado atualmente em mais de vinte países, “Como Mudar o Mundo”, de David Bornstein, tornou-se uma bíblia para o empreendedorismo social - através do qual mulheres e homens por todo o mundo estão a encontrar soluções inovadoras para uma grande variedade de problemas sociais e económicos.

Os seus protagonistas não são políticos nem industriais. Alguns são médicos, advogados e engenheiros. Outros são consultores administrativos, assistentes sociais, professores e jornalistas. Estão espalhados por toda a parte — Bangladesh, Brasil, Hungria, Índia, Polónia, África do Sul, EUA. Têm ideias poderosas para melhorar a vida das pessoas e implementam-nas em cidades, países e, em alguns casos, no mundo inteiro.

Seja a levar energia solar a aldeãos brasileiros, ou a expandir as oportunidades de emprego para pessoas portadoras de deficiências na Índia, a fundar o Grameen Bank no Bangladesh (recebendo por isso o Prémio Nobel da Paz), ou a criar uma rede de agências de cuidados de saúde domiciliários para pessoas pobres com SIDA na África do Sul, os empreendedores sociais estão a ser pioneiros na criação de modelos de resolução de problemas que irão transformar o século XXI.

Como Mudar o Mundo dá-nos perfis reais de muitas destas pessoas e do que elas têm em comum. Os leitores vão descobrir como uma só pessoa pode fazer uma diferença incrível no mundo

Breves notícias da nossa comunidade para novembro

Grupo inter-religioso lança manifesto pela Paz no Médio Oriente

Grupo inter-religioso lança manifesto pela Paz no Médio Oriente 

Ao som da canção “Imagine”, de John Lennon, considerada um hino pacifista, um grupo de crianças com as bandeiras de Israel e da Palestina subiram ao palco principal do Teatro São Pedro, no centro de Porto Alegre, no Brasil, no passado dia 23 de Outubro. 

A manifestação abriu um ato pela paz e contra o terrorismo, dinamizado por um grupo formado por representantes de nove religiões, juntamente com organizações da sociedade civil, entidades religiosas, setor empresarial e outras autoridades. 

Neste evento foi divulgado um manifesto em que o grupo pede à comunidade internacional que defenda a solução de dois estados e a libertação imediata de todos os reféns mantidos pelo grupo terrorista. 

Um membro da nossa comunidade - Agentes de Mudança Espiritualmente Inspirados - e coordenador do Grupo de diálogo inter-religioso em Porto Alegre, Rabino Guershon Kwasniewski, pregou a paz contra "toda a forma" de terrorismo e defendeu que não pode haver indiferença frente às mortes em Israel e na Faixa de Gaza que, desde o último dia 7 de outubro, superam 6,4 mil vítimas. O rabino, que tem familiares e amigos a morar em território israelita, defende que as diferenças sejam tratadas e resolvidas pelo diálogo: “Precisamos demonstrar à sociedade que nos unimos contra o terrorismo, seja qual for a forma que se manifeste. Ele é o mal do século XXI e não o podemos aceitar. Vamos levar uma prece para que a sociedade palestina possa voltar para seus lares, para que a sociedade israelita possa voltar para seus lares. É um conflito que me afeta, e acontece a 10 mil km da minha casa. Em nenhum texto sagrado se fala em assassinar o próximo. Pelo contrário, fala que devemos amar o próximo igual a nós mesmos.” 

"Reconhecemos que israelitas e palestinos enfrentam desafios e preocupações legítimas. Mas a violência e o terrorismo só perpetuam o ciclo de dor, prejudicando famílias, comunidades e, acima de tudo, o objetivo fundamental de alcançar a paz. Por isso, levantamos sempre nossa voz contra o terrorismo". 

Os signatários do manifesto reconhecem no texto as dificuldades enfrentadas por ambos os lados do confronto e pedem que seja encontrada uma “solução pacífica e duradoura. 

 

Pode assinar aqui o Manifesta pela paz: 

 

Leia aqui a Declaração da WUPJ sobre a guerra Israel-Hamas: 

 

tom hanks movie portugese

Filme do mês: 

Um Homem Chamado Otto (PT) 

O Pior Vizinho do Mundo (BR) 

Direção: Marc Forster 

Produção: Tom Hanks      

Tom Hanks O Pior Vizinho do Mundo é o remake do filme sueco de 2015 “Um Homem Chamado Ove”. Nele acompanhamos um homem chato, reformado e rabugento, Otto (Tom Hanks), de 59 anos. Vários anos antes, foi despedido como presidente da associação de condomínios, mas não se importando com o seu despedimento, continua por isso vigiando o seu bairro com “mão de ferro”.  
Quando Parvaneh e sua família se mudam para a casa geminada em frente e as cartas da nova vizinha acidentalmente vão parar na caixa de correio de Otto, uma amizade inesperada acaba se formar e a vida dos dois muda drasticamente.  

Este filme é uma comédia dramática sobre a amizade inesperada, o amor altruísta e a importância do cuidar e de se deixar cuidar, da dignidade de quem cuida e de quem é cuidado, sozinhos não somos quem poderíamos ser: viver a ser ajudado e a ajudar não é algo de secundário na nossa existência, mas sim central e fundante de humanidade.  

A vida em relação e em comunidade ocorre através da bondade, da amizade, da fraternidade e do cultivo de uma boa vizinhança que se renova constantemente. 

Assista ao trailer aqui 

Breves notícias da nossa comunidade para outubro

Entrevista com Martim Hall, jovem agente de mudança, líder no Clube da Paz, na Associação Académica da Universidade de Lisboa. 

interview portugal october.jpg

Martim Hall, está diferente. Não apenas desde há um ano, quando iniciou de forma mais regular a sua prática espiritual, ou quando entrou para a Faculdade e começou a participar ativamente no Clube da Paz e Harmonia. Este jovem de 19 anos, estudante na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, do Curso de Estudos Gerais e apaixonado por filosofia veio de alguma forma transformado com a sua experiência de verão, na Tailândia e traz isso espelhado na sua expressão do rosto, serena e sorridente ao mesmo tempo.  


Membro do Clube da Paz Interior da Associação Académica de Lisboa, é agora um “ativista” comprometido, neste “Clube académico, que entre outras iniciativas, desenvolve-se sessões regulares de meditação, dinâmicas de grupo, abertas aos mais de 50.000 estudantes das 18 faculdades da universidade em Lisboa.  


Neste espaço, seguro e cuidado, o que é proposto no “Clube”, entre outras coisas, é que os jovens universitários possam explorar e ampliar, através da prática meditativa, o seu autoconhecimento, contribuindo para o seu desenvolvimento pessoal, procurando melhorar  e superar, através da prática regular, contribuindo para se tornarem mais compassivos, mais atentos, mais empáticos, aceitando-se tal como são, aceitando o outro tal como é, partilhando e vivendo em harmonia nas diferenças que são naturais em cada pessoa, em cada jovem, em cada ser humano.  
 
Na sua viagem de autodescoberta, à Tailândia, durante o verão, Martim abriu-se ao conhecimento, através da prática e vivência em comum, partilhando hábitos e costumes dos monges, de diferentes tradições do Budismo, permitindo-lhe conhecer melhor e aprofundar a sua prática espiritual, que trouxe consigo como um presente precioso, que agora aplica na sua vida do dia-a-dia.  


Entre os dias 11 a 14 de setembro, Martim esteve pela primeira vez em Fátima (Portugal). Foi convidado para ser o representante da União Budista Portuguesa, num encontro de diálogo inter-fé. Aceitou sem reservas, e foi juntar-se a outros jovens de várias idades, neste encontro sobre o tema “Liberdade”. Essa experiência, permitiu-lhe o contato e aprendizagem vivencial com outros jovens de diferentes tradições espirituais, que o enriqueceram, e lhe trouxeram uma abertura inesperada, conta-nos Martim, com a serenidade sábia. Completámos esta conversa com duas perguntas ao Martim, pedindo-lhe que partilhasse connosco as suas experiências, as suas vivências e aprendizagens, no sentido de compreender, como é que estas podem de alguma forma inspirar o seu caminho enquanto jovem transformador, espiritualmente inspirado. 


Como é que te envolveste no Clube da Paz (no contexto da Universidade de Lisboa, e da Associação Académica de Estudantes)? Como é que tudo começou, como é tudo começou a fazer sentido, para dedicares o teu tempo e energia a uma iniciativa como esta? 


Comecei por evolver-me com o Clube da Paz Interior, desde que entrei para a Faculdade, há cerca de um ano. Para mim a prática da meditação tem-se vindo a mostrar muito valiosa no meu dia-a-dia, tem-me mostrado muitas coisas novas, dando um novo significado à minha vida.  Tem trazido novas perspetivas e uma nova maneira de relacionar-me com o mundo e comigo mesmo. 
Tem-me ajudado a perceber as várias dinâmicas que existem, e tem ampliado o meu interesse pela filosofia. Tenho tirado várias ideias que depois aprofundo na minha disciplina de Filosofia (na minha faculdade).  


Enriquece-me muito poder fazer parte do “Clube”, poder estar com outros jovens, falar com eles sobre temas interessantes, filosóficos, desafiando a nossa mente, as nossas crenças e tentar ir mais além, tentar viver de uma maneira mais pacífica, de tentar compreender o porque estamos na Terra... isto são temas que me interessam muito.  Cá no “Clube” fazemos sessões regulares de meditação, que nos ajudam a acalmar a mente e estar de uma forma relaxada e mais clara na vida. 
 
Estiveste recentemente na Tailândia, para fazeres um conjunto de retiros de aprofundamento espiritual. Queres contar-nos um pouco do propósito, e de como essa experiência pode ter contribuído para o que estás a fazer agora no Clube da Paz, ou noutro tipo de iniciativas em que estás envolvido na tua vida? 


Sempre tive um grande interesse pela meditação. Desde o ano passado, comecei a meditar mais (e com maior regularidade, contou-nos num outro momento da entrevista). Isso tem-me trazido mais paz, mais serenidade e mais contentamento para a minha vida, e isso foi-me despertando uma maior curiosidade.  
Quando a oportunidade surgiu para ir à Tailândia, eu decidi ir, e desfrutar desses momentos em paz. Aprender como ser, como viver como um monge numa outra cultura. Trago muito de lá para cá, pretendo voltar um dia, porque foi algo mesmo mágico, estar lá, poder escutar, poder estar no silêncio comigo e com a comunidade, que cultiva esta pureza, esta clareza da mente. Foi isso que eu trouxe essencialmente desta experiência: faz agora sentir-me um pouco mais enraizado e mais integrado.  

Nada me realiza mais do que a paz e poder espalhar essa paz. Agora que estou cá em Portugal de novo, é muito interessante poder ajudar (com esta minha experiência) pessoas, associações, eventos e fazer parte da ação social e espiritual. 
 
Como vês a espiritualidade como forma de inspirar o teu caminho como jovem Changemaker (jovem transformador) no contexto da universidade, e em particular do trabalho que tens vindo a desenvolver e queres continuar a desenvolver no Clube da Paz? 


Algo que todos nós concordámos no evento de Fátima, também, foi o de (procurar) estabelecer os limites da ciência e de como a fé pode trazer algo maravilhoso às pessoas. Por exemplo, uma maior coragem em momentos difíceis, para continuarmos em frente. Para ser o melhor que possamos ser (no momento presente). Isto para mim tem implicado mudar muito (na minha maneira de ser e estar na vida).   


Olho para trás e lembro-me que não tinha uma prática espiritual (constante), não era uma pessoa de grande fé (em nada!). Desde que comecei a praticar, noto as boas qualidades humanas a virem ao de cima, a realçar-se em mim próprio, ajudando-me a viver de forma mais equilibrada. Não tendo de estar sempre à procura, como se me faltasse algo. Na verdade, já está tudo aqui, está tudo bem como está, e isto traz-me paz, traz força para continuar em frente, e fez-me também perder o medo... o medo do fim das coisas. Ajudou-me a perceber que os fins das coisas fazem parte do processo.  


Este tipo de sabedoria, ajuda-me muito na minha vida prática do dia-a-dia, e tento fazer esta prática da meditação regular diariamente para poder refrescar a mente, estar calmo, estar em paz, mesmo diante das adversidades do quotidiano. Poder caminhar com mais leveza, mais luz... e pronto, ser o melhor Martim que consiga ser.     

 

Livro do mês

livro de mes

Liderança Regenerativa


Autores: Giles Hutchins e Laura Storm


Editora: bambual, livros


Este livro, escrito pelos especialistas em liderança e sustentabilidade Giles Hutchins e Laura Storm, proporciona uma estrutura empolgante e abrangente para a criação de organizações regenerativas que dão primazia à vida. Oferece diversos casos de negócio, exemplos fascinantes de sistemas vivos na natureza, perceções de vários pioneiros e ferramentas e técnicas para que os líderes tenham sucesso e prosperem no Século XXI.


“Com o livro Liderança Regenerativa, Giles Hutchins e Laura Storm oferecem um valioso recurso aos líderes dispostos a reinventarem-se, para que a sua transformação pessoal lhes permita servir melhor na transformação dos negócios e das organizações pelas quais são responsáveis” - Daniel Wahl, autor de Design de Culturas Regenerativas


“Giles e Laura trazem a sua vasta experiência e profunda sabedoria para criar um plano evolutivo para um futuro sustentável para as empresas, as pessoas e o planeta.” – Richard Barrett, Presidente da Barrett Academy for the Advancement of Human Values


“Na procura de inspiração no mundo natural, os princípios da Liderança Regenerativa, proporcionam um caminho mais inspirado nos negócios e na vida” - Ryan Gellert, CEO EMEA Patagónia


No epílogo do livro, os autores referem:
"(...) Vivemos numa época de grande agitação. É como se pudesse sentir uma velha era a morrer e uma nova a nascer. Com este processo de morte e renascimento vêm as inevitáveis dores de parto, tensões e desafios. É um tempo simultaneamente muito gratificante e desafiante para se ser um líder.
A verdadeira liderança consiste em perceber que o caminho atual já não funciona e que é tempo de prosseguir por um novo. A verdadeira liderança é ousar cruzar o limiar do velho para o novo, mesmo sem se ter todas as respostas antes de embarcar na viagem. O futuro precisa que cada um de nós inicie a Jornada de Liderança Regenerativa, não no próximo ano, mas agora, que tem este livro nas mãos. Esta jornada pode ser profundamente satisfatória e extremamente emocionante — pois é a jornada da vida e da liderança do coração, ao serviço de todas as formas de vida.


A única coisa que nos impede, na verdade, são os nossos próprios medos, inseguranças e ansiedades ao deixar para trás o conforto dos velhos caminhos. Não precisamos de construir Roma num só dia. Precisamos de abraçar cada dia como um passo de uma jornada, aprendemos e tornamo-nos mais conscientes e autênticos à medida que avançamos. (...)


Os líderes inteligentes e responsáveis têm agora um imperativo empresarial e moral para começar a trabalhar segundo a Lógica da Vida. Esta é uma grande mudança para a maioria dos líderes convencionais de hoje e já está a acontecer, enquanto escrevemos este livro. Ao fazê-lo, reunimos casos e conversámos com inúmeros executivos pioneiros e está claro para nós que esta nova norma está a tornar-se discretamente a tendência predominante.


As organizações que não abracem a abordagem regenerativa da liderança e do desenvolvimento organizacional tornar-se-ão, a seu tempo, ineficazes, não-competitivas e inadequadas para o futuro.
O futuro é nosso para criar. Estamos neste momento a criar o futuro que os nossos filhos e os filhos dos nossos filhos irão herdar.(...)"
 

Breves notícias da nossa comunidade para setembro

Livros do mês

“Eu sou a Morte”; “Eu sou a Vida”; "Eu sou o Palhaço".

Para este mês propomos a trilogia: “Eu sou a Morte”; “Eu sou a Vida”; "Eu sou o Palhaço".
Autor: Larsen, Elisabeth Helland; Ilustrador: Schneider, Marine; Tradutor: Berlim, Regina; Editora: Peiropolis.

“Eu sou a Morte”
A Morte discorre sobre a sua participação no ciclo da vida e as suas responsabilidades para garantir que o mundo evolua como deve. Numa prosa poética e sensível, ela mostra-se por inteiro, sem julgamentos de valor: nem boa, nem má – a Morte desempenha o seu papel com delicadeza e sobriedade.
Eu sou a Morte é o primeiro livro da trilogia de Elisabeth Helland Larsen (texto) & Marine Schneider (ilustrações), que inclui ainda os títulos: “Eu sou a Vida" e "Eu sou o Palhaço".
Num momento como este, em que o mundo todo passa por tantas transformações e convulsões, os livros de Larsen e Schneider ajudam-nos a abordar assuntos potencialmente difíceis de uma forma leve e inspiradora.

“Eu sou a Vida”
Neste segundo livro, a Vida é apresentada como força motriz de tudo que existe. Para além da sua força e beleza poética, ajuda-nos a discutir temas, muitas vezes difíceis de serem abordados, como a solidão, a amizade e as diferenças.

"Eu sou o Palhaço" 
O último livro, desta trilogia, debruça-se sobre o que nos faz humanos – o desejo de pertencimento, a imaginação e a empatia. Neste ciclo da existência, o Palhaço traz a metáfora das relações com o próprio eu e com outro.

Community Led Xperiences

Xperiências lideradas pela Comunidade, com o objetivo de compartilhar as suas experiências, ideias e perceções, para ampliar e acelerar o seu trabalho e o dos seus colegas num ecossistema maior.

Este mês contamos com a partilha, e sabedoria ao serviço, de Sandro Câmara -  Administrador, Confrade Budista, Psicanalista, Terapeuta Integrativo, Membro da Ordem Zen Peacemaker, Coordenador Executivo do F'orum DIÁLOGOS da Diversidade Religiosa em Pernambuco, Brasil.
Data e hora, ainda a confirmar.

Sandro Câmara

Em breve daremos mais notícias.

Breves notícias da nossa comunidade

Reunião da comunidade de Alumni e Reunião do círculo de co-criadores 

Foi no passado dia 20 de julho que tivemos a oportunidade de nos reencontrar com a Comunidade Alumni do Universo da Língua Portuguesa, numa sessão online, via Zoom. Esta sessão insere-se na nossa estratégia de ativação da Comunidade de Aprendizagem dos Agentes de Mudança no Universo da Língua Portuguesa, procurando o alinhamento com a estratégia global de desenvolvimento desta comunidade de agentes transformadores. Sob o lema “Rumo a uma Nova Narrativa”, este encontro contou com a presença e contributos essenciais do Ashoka Fellow Reinaldo Pamponet, e membro do círculo de co-criadores, Rabino Guershon Kwasniewski (ambos membros da SCI na língua portuguesa, participantes no Soularize). 

Com o objetivo de levar a aprendizagem da participação no Soularize à comunidade lusófona, e com base na estratégia global, apresentámos o plano de atividades previstas para o ano de 2023, com o objetivo de angariar os seus contributos e abrir um espaço participativo, com o convite à evolução dos Alumni na liderança e coliderança de algumas destas iniciativas, e em particular das Community-Led Xperiences. 

Foi um encontro muito enriquecedor, com contributos muito relevantes no âmbito cultural e bio-linguístico, que só poderia ter espaço no contexto da localização destas iniciativas. O abrir do coração num espaço mais intimista, foi possível, nos espaços criados para a escuta ativa e a partilha em grupo que trouxe insights preciosos como futuros contributos da comunidade para as iniciativas desta comunidade e da comunidade SCI alargada. 

Teremos também a oportunidade de nos encontrarmos com o círculo de cocriadores, que desde o início tem funcionado como uma plataforma consultiva, e que traz sempre contributos relevantes a nível estratégico, ao SCI em Língua Portuguesa. Este encontro, no dia 28 de julho, teve também por objetivo convidar a coliderança intencional de algumas das iniciativas previstas no PSW, de forma a poder haver um maior envolvimento deste círculo na sua organização e envolvimento das suas comunidades. 

Spiritual Changemakers

Escola da Floresta, Brasil, alumni Bruno Moraes

A Masterclass, assim como os demais encontros do Grupo Alumini, trouxeram-me duas contribuições principais: alguns referenciais teóricos e metodológicos que nos permitem planear melhor as próximas ações na nossa comunidade escolar; criação de uma rede entre outros Empreendedores Sociais que permitam a troca de conhecimentos, experiências e que permitam a criação de ações conjuntas. 

Como Empreendedor Social de fé, percebi a necessidade de uma mudança profunda no modelo educacional presente nas escolas, este mantém-se isolado das comunidades locais, apostando numa educação centrada na memorização acrítica de informações desligadas do quotidiano e desafios contemporâneos. E isso tem causado um crescente desinteresse, por parte dos alunos, que se sentem desmotivados diante das atividades escolares.  

Inspirado nesse desafio, em 2019 coordenei a criação de uma Comunidade de Aprendizagem com a escola pública no bairro onde moro (local de grande vulnerabilidade social). Para isso, criámos uma rede formada por educadores voluntários, famílias, profissionais, universitários, entre outros agentes. 

A Comunidade de Aprendizagem “Escola da Floresta” é uma rede de pessoas que compartilham conhecimentos e práticas de forma afetiva e solidária. Uma educação que extrapola os muros da escola para potencializar o papel educativo da comunidade, das mães, pais, avós, parentes, vizinhos e de toda a natureza da qual fazemos parte. 

Trabalhamos no ensino público com Metodologias Ativas de Aprendizagem e, por isso, cada aluno constrói, com a ajuda do seu tutor, um percurso educativo individualizado tendo em conta as suas potencialidades, dificuldades e interesses. 

Adotamos a perspetiva do Universal Learning Design, pois somos todos diferentes e necessitamos de uma educação que respeite as nossas particularidades motoras, intelectuais, sensoriais e emocionais. É por isso que a avaliação dos alunos é realizada de forma contínua e formativa, sem aplicação de provas ou classificação dos alunos por série. A avaliação é registada por um parecer onde se observa o desenvolvimento integral de cada aluno.