Três novas empreendedoras sociais do Brasil passam a integrar a rede Ashoka
A Ashoka, pioneira e maior rede mundial de empreendedorismo social, anuncia hoje a inclusão de três novas Empreendedoras Sociais à sua rede. Alessandra Orofino, Angela Mendes e Katia Brasil entendem profundamente os problemas que o mundo enfrenta hoje - especialmente aqueles que impactam negativamente nossas cidades, a democracia, a resiliência climática e a vida nas florestas. Elas não apenas formulam estratégias para enfrentar as crises atuais, mas também criam oportunidades para que todos contribuam como agentes de mudança.
“É com grande entusiasmo que reconhecemos as inovações sociais lideradas por Alessandra, Angela e Katia e as integramos à rede de mais de 3.800 Empreendedores Sociais Ashoka”, diz Rafael Murta, diretor de Comunidade e Territórios Transformadores da Ashoka. “Diante da complexidade dos problemas que se propõem a resolver, elas desafiam a lógica de um sistema desigual e traçam caminhos para construir coletivamente novas possibilidades.”
Alessandra Orofino é co-fundadora do Nossas, organização baseada no Rio de Janeiro. Ela promove o uso de múltiplas tecnologias de mobilização para defender a democracia e fazer pressão popular por justiça social. Desta forma, constrói pontes entre as demandas da população e os políticos e tomadores de decisão. Depois de uma experiência bem-sucedida com o Meu Rio, fundado em 2011, Alessandra decidiu replicar o modelo de redes de ação para outras cidades do país; capacita e provê ferramentas para cidadãos já engajados que desejam fundar redes de mobilização social. No Nossas, sua liderança levou à realização de mais de 200 campanhas, mobilizando mais de 1,6 milhão de pessoas e resultando na conquista de mais de 120 mudanças em políticas públicas. Alessandra tem trabalhado para redistribuir poder no processo democrático e garantir que todos possam ter voz e transformar realidades. Hoje, pessoas de todo o Brasil são articuladoras e embaixadoras de suas cidades usando tecnologias do Nossas.
Angela Mendes, coordena o Comitê Chico Mendes, em Xapuri, no estado do Acre e co-lidera um movimento de defesa dos povos tradicionais e indígenas, que passa pela articulação de uma nova Aliança dos Povos da Floresta. Para Angela é urgente promover uma visão e um pacto de longo prazo, com atenção ampliada para os vários biomas ameaçados, não só a Amazônia. Ela tem papel fundamental na concertação de ações de diversas populações tradicionais que vivem na Amazônia visando a defesa de seus territórios, conhecimentos, cultura e modos de viver e produzir. No Comitê Chico Mendes, criou, em 2016, o Núcleo de Jovens, e na Reserva Extrativista Chico Mendes fomentou o Programa Jovens Extrativistas. As iniciativas têm por objetivo a formação cidadã, crítica e reflexiva de jovens lideranças para fortalecer a organização social e o entendimento de seu papel estratégico na defesa da floresta. Angela entende que os jovens são o termômetro do êxito das unidades de conservação de uso sustentável, como a Resex Chico Mendes: quando os jovens permanecem e lideram, a floresta vive e prospera.
Katia Brasil co-fundou a Amazônia Real, em Manaus, no estado do Amazonas, a primeira agência de jornalismo investigativo sem fins lucrativos com sede na Amazônia. Katia Brasil está reformulando a maneira de narrar questões sociais e ambientais na região, colocando a perspectiva das populações tradicionais no centro das reportagens. A Amazônia Real capacita jovens indígenas, ribeirinhos e quilombolas com ferramentas e técnicas narrativas que fortalecem o pensamento crítico e a expressão de seus valores, cultura, história, direitos e desafios. Para garantir um canal direto entre as comunidades tradicionais e os jornalistas da agência, a Amazônia Real opera com uma rede de 40 jornalistas colaboradores e mais de 20 comunicadores distribuídos nos 9 estados da região Amazônica. A Amazônia Real já alcançou mais de 3,5 milhões de pessoas, por meio de mais de 2 mil publicações e documentários.
Para Andrea Margit, líder da Iniciativa de Mudança de Paradigma da Ashoka, as novas empreendedoras sociais chegam para fortalecer a nossa rede, atuando principalmente nos desafios relacionados à Amazônia e à participação cidadã. “Alessandra, Angela e Katia não estão apenas na liderança de organizações da sociedade civil; elas estão à frente de um movimento muito maior, que é o de inspirar a agência de transformação em cada pessoa. Num mundo cheio de incertezas, saber navegar na mudança é a única opção. Todos temos essa potência e os empreendedores sociais nos ajudam a desencadeá-la.”
O que dizem as novas Empreendedoras Sociais na rede Ashoka
Alessandra Orofino. Foto: Obama Foundation/Arquivo
Alessandra Orofino — Nossas (Rio de Janeiro, RJ)
Angela Mendes. Foto: Marco Escrivão/Thiago B. Mendonça
Angela Mendes — Comitê Chico Mendes (Xapuri, AC)
Katia Brasil. Foto: Alberto Cesar Araujo/Amazônia Real
Katia Brasil — Amazônia Real (Manaus, AM)
Sobre nós
Somos uma organização civil global, pioneira na promoção do empreendedorismo social. Nos dedicamos à consolidação de um movimento mundial em que todas as pessoas se reconheçam como agentes de transformação positiva na sociedade. Criada em 1980 e presente desde 1986 no Brasil, a Ashoka foi considerada a 5ª ONG de maior impacto social no mundo, segundo a publicação suíça NGO Advisor. A comunidade da Ashoka reúne mais de 3.800 empreendedores sociais no mundo, além de 300 Escolas Transformadoras e Jovens Transformadores.
Os integrantes da rede de empreendedores sociais da Ashoka são pessoas da sociedade civil que desenvolvem soluções para problemas urgentes e que geram mudanças sistêmicas. Influenciam transformações nas políticas públicas, nas práticas de mercado, em padrões de comportamento ou mentalidades. Conheça a rede de Empreendedores Sociais Ashoka aqui.
O processo de reconhecimento para as novas empreendedoras sociais da Ashoka no Brasil foi iniciado em 2019, quando foram feitas as indicações. Após as nomeações, a equipe da Ashoka dedica cerca de oito meses ao processo de seleção, que inclui pesquisa, visitas de campo, entrevistas, validação do impacto da inovação social com especialistas da área, entrevista de um representante sênior da Ashoka global, painel com outros empreendedores sociais da rede e análise final do perfil das candidatas por parte do Conselho Global da Ashoka. Em 2020, o processo ganhou novos contornos e desafios, decorrentes da pandemia e da necessidade de realizar parte das etapas virtualmente.
Além de já ter reconhecido 381 empreendedores e empreendedoras sociais no Brasil, a Ashoka também cultiva comunidades de educação transformadora, com 21 escolas reconhecidas, e de juventudes, com 19 jovens que se dedicam à promoção de mudanças sociais e fortalecimento da democracia no país.
Um pouco de nossa história
O estadunidense Bill Drayton é o fundador e CEO da Ashoka. A criação da organização e a inspiração presente em seu nome remontam a histórias da Índia - a Índia antiga e contemporânea. São mais de 3.800 empreendedores e empreendedoras sociais responsáveis por inovações e transformações importantes em todo o planeta, a Ashoka conta entre seus colaboradores com nomes de reconhecimento nacional e mundial. Exemplos nesse sentido são Muhammad Yunus (Prêmio Nobel da Paz de 2006) e Kailash Satyarthi, que dividiu com a paquistanesa Malala Yousafzai o prêmio Nobel da Paz de 2014, ambos condecorados por suas lutas contra a opressão das crianças e jovens e pelo direito de todos à educação.