Jovens de Mata Grande (AL) promovem a cultura democrática a partir de debates

“O que mais gosto na minha escola?”, “O que precisa ser melhorado?”, “Quais assuntos quero discutir com meus colegas?”. Esses foram alguns dos questionamentos levantados durante oficina realizada pelo projeto Visibilidade da Juventude Rural, de Mata Grande (AL). Na última terça-feira (02/08), o grupo se reuniu com o grêmio estudantil da Escola Estadual Santa Cruz do Deserto para apresentar a iniciativa Debates Públicos nas Escolas, concebida pela Ashoka, em parceria com o Coletivo Encrespad@s. 

A iniciativa propõe uma série de percursos para estruturar os debates sobre temas como: ingresso no ensino superior, protagonismo juvenil, política de cotas, qualidade da educação, equidade de gênero, mudanças climáticas, proteção de florestas públicas. Todos eles apresentam contexto, passo a passo para a realização de um debate e iniciativas inspiradoras para apoiar estudantes na promoção da cultura democrática. A ideia é mostrar que debates sobre a vida pública não acontecem só em Brasília ou em momentos de eleições. Democracia acontece no cotidiano, fazendo parte das decisões coletivas. Jovens à frente desses debates estimulam o reconhecimento do outro e espaços onde a divergência de ideias faz parte da prática democrática, tendo o respeito como a norma das conversas públicas. 

A oficina na E.E. Santa Cruz do Deserto foi conduzida por Luiz César da Silva, cofundador do Visibilidade da Juventude Rural, e teve por objetivo mapear o cenário da comunidade escolar. “A escola fica em Santa Cruz do Deserto, um povoado longe da cidade. Muitas políticas públicas acabam não chegando lá”, conta César. “É fundamental que os jovens debatam sobre seus direitos”.  

Ao longo do encontro, os estudantes de Ensino Médio foram convidados a refletir sobre temas que acendem o debate, os obstáculos que podem surgir para a realização dessas conversas, e possíveis colaborações e pontes que ajudam a promover diálogos e encontrar soluções. “No encontro, os estudantes discutem desafios que afetam a sua motivação e desempenho nos estudos, assim como os sistemas que geram preconceitos, discriminação e violência. Juntos começam a definir como podem mudar as situações mais críticas e começam a endereçar suas demandas e propostas para a comunidade escolar”. 

Junto com César, o grupo está se articulando para promover debates com a presença de psicólogos, vereadores e agentes sociais. César também conta que, por meio de postagem nas redes sociais do projeto, outras escolas também ficaram sabendo da iniciativa e estão se organizando para implementá-la em seus próprios grêmios estudantis. 

Os percursos estão disponíveis de forma gratuita para todos os jovens que queiram promover a cultura democrática em suas comunidades. Além de utilizar os percursos de debates públicos que estão disponíveis no site, os jovens podem criar os seus próprios roteiros sobre os temas que mais lhes interessem. Todos os estudantes e escolas que queiram participar dos Debates Públicos podem contar com a rede Ashoka para receber novos materiais, trocar aprendizagens e divulgar suas atividades, inscrevendo-se por este formulário ou compartilhando depoimentos, fotos, vídeos, dúvidas e comentários pelo email [email protected] ou pelo Instagram @ashokabrasil.