Ashoka lança no Tapajós seu primeiro Território Transformador no Brasil
A bacia do Tapajós é uma região de riquezas naturais e uma vasta diversidade cultural. Ao mesmo tempo, é palco de conflitos e disputas de terra, o que leva populações locais a se mobilizarem para transformar a realidade em que vivem. Por esse motivo, o Tapajós foi a primeira área escolhida pela Ashoka para integrar a rede de Territórios Transformadores no Brasil. O lançamento será marcado pela presença de integrantes da equipe Ashoka em Santarém, de 13 a 17/09, e pela realização de uma série de encontros de estruturação do Território Transformador com membros da comunidade, escolas, Secretaria Municipal de Educação, Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), além de empreendedores sociais e jovens.
Territórios Transformadores podem ser definidos como epicentros da transformação social. São lugares com alta densidade de pessoas inovadoras, comprometidas com a formação de redes que promovam mudanças estruturais em direção a um mundo melhor para todos.
A estratégia faz parte do movimento Todos Somos Agentes de Transformação, iniciado pela Ashoka, pioneira e maior rede mundial de empreendedorismo social. No centro desse movimento, está a ideia de que todos têm potência para desenvolver habilidades de empatia e resolução de problemas, permitindo também que outras pessoas reconheçam seu poder de gerar impactos positivos. Mas, para que esta potência se realize, as estruturas responsáveis pela educação também precisam se engajar na mudança.
Os Territórios Transformadores são formados por uma comunidade de co-líderes que atuam nos mais diversos segmentos: saúde, conservação ambiental, justiça racial e de gênero, educação, desenvolvimento comunitário integrado, dentre outros. Na região do Tapajós, alguns dos nós que formam essa rede são os empreendedores sociais Eugenio e Caetano Scannavino, fundadores do Projeto Saúde & Alegria; a jovem pesquisadora Luísa Falcão; os líderes indígenas juvenis Ednei e Luiz Henrique, do povo Arapiun; Lucineide Pinheiro, professora da Faculdade de Educação da UFOPA; e a comunidade escolar da região.
Essa rede de pessoas e instituições é ultra criativa, tem experiência em inovações sociais, pratica o trabalho em equipe e mobiliza pessoas em torno de mudanças estruturais. “Imagine criar uma iniciativa de educação e participação comunitária, no final dos anos 1980, que supera todas as crises para cumprir hoje um papel crucial na manutenção da vida e na autonomia de comunidades ribeirinhas e indígenas da região do Tapajós. Esse é o Projeto Saúde & Alegria, que hoje gera benefícios práticos para mais de 30 mil pessoas,” diz Rafael Murta, Diretor de Comunidade e Territórios Transformadores da Ashoka Brasil.
“Não é à toa que essa aglutinação de pessoas transformadoras na região também gera uma tensão em relação ao futuro. Eles estão propondo mudança de paradigmas que levem à criação de novas medidas de sucesso, a partir da disposição para realizar propósitos maiores do que ganhos individuais, criando espaços e oportunidades de convivência que cultivem a potência de todos, respeitando a diversidade,” conta Helena Singer, líder da Estratégia de Juventude da Ashoka América Latina. “E, para que o Tapajós possa ser uma referência mundial na formação de crianças e jovens que promovem a mudança social, precisamos integrar governos, universidades, sindicatos e mídia em ações articuladas no território e no país todo”.
Durante a semana, as co-lideranças do Território Transformador do Tapajós vão se reunir com a Ashoka para construir o plano de trabalho do Território Transformador. Se você também quer liderar este movimento e ajudar a desenvolver uma rede de pessoas transformadoras no Tapajós, envie uma mensagem para [email protected] contando sua história.