Maria Eduarda

Maria Eduarda sempre esteve envolvida com atividades extracurriculares, como Olimpíadas de Matemática e Simulações da ONU, e acredita no potencial dessas atividades para desenvolver habilidades de liderança e acessar novas oportunidades. Porém, ela logo percebeu que elas não eram acessíveis e inclusivas para todos: sua melhor amiga, que é uma pessoa com deficiência auditiva, não podia participar das atividades extracurriculares porque não eram oferecidas em Libras (Língua Brasileira de Sinais). Inicialmente, Maria Eduarda e sua amiga tiveram a ideia de abrir um curso de Libras na escola, como forma de educar outros estudantes e promover a inclusão de pessoas com deficiência auditiva não verbal. Ao participar do Programa Jornada do Líder, a jovem conheceu outras lideranças que atuam na área da deficiência, que a ajudaram a criar a primeira Olimpíada Brasileira de Matemática em Libras (OBMLibras).

A equipe do projeto conta com mais de 60 voluntários, divididos em várias áreas: marketing, logística, finanças e direção executiva, e incentiva a participação de pessoas de todo o Brasil. A OBMLibras também tem o apoio de professores surdos e ouvintes, que elaboram os exercícios e corrigem as provas. A iniciativa já atingiu 3.500 pessoas em 16 estados brasileiros, e conseguiu oferecer bolsas de estudo em universidades para alguns dos vencedores da Olimpíada. Para o futuro, Maria Eduarda pretende criar uma rede de ex-alunos para ajudá-los a se preparar para a universidade e criar um aplicativo de oportunidades para pessoas surdas. Ela se reconhece como agente de transformação porque teve a oportunidade de acessar espaços e conversas que a fizeram reconhecer seu poder, e quer ajudar todos a terem acesso a oportunidades e espaços para reconhecer o poder que já possuem.