Júlia

Apaixonada pelo Brasil, Júlia aprendia na escola sobre o país e a América Latina, e via muitos dos problemas que eram tratados em aula se concretizando em Salvador, sua cidade natal. Ela percebia também como esses desafios eram estruturais e buscou realizar pesquisas científicas para se aprofundar nesses assuntos e conhecer mais as ciências humanas, pela qual se encantou. No entanto, essa área era pouco valorizada em seu colégio.

Para mudar essa realidade, se juntou a dois amigos para fundar a Iniciativa Logos, que busca fortalecer a pesquisa em ciências sociais dentro de um cenário de questionamento e desconfiança, além de incentivar o protagonismo de estudantes de escolas públicas, que desenvolvem seu pensamento crítico e pesquisam suas próprias realidades, buscando solucionar problemas que os afetam diretamente. Além de programas de iniciação científica, em que jovens desenvolvem pesquisas e são mentorados por mestres, doutores e graduandos na área, o projeto também conta com multiplicadores, que realizam oficinas e rodas de conversas em escolas públicas para inspirar e despertar o interesse dos estudantes pelas ciências humanas e pela pesquisa científica.

A equipe atual é formada por 5 jovens de 16 a 19 anos, que estão ampliando o grupo para expandir o projeto para escolas públicas do interior do estado. Na Iniciativa Logos, os processos de decisão são horizontais, e o desenho do projeto possibilita que muitos jovens conheçam seu poder de transformação, engajando-se como mentorados, mentores ou multiplicadores. Com a intenção de impactar muito além de seu contexto inicial, Júlia sempre priorizou atender estudantes de escolas públicas de pequenas cidades do interior, já tendo atingido, inclusive, o interior de estados distantes, como Pará, Rondônia e São Paulo. Além disso, orienta a iniciativa por três pilares principais: valorização das ciências humanas, aluno protagonista e ampliação do acesso a oportunidade a estudantes em contextos desprivilegiados.