Gabriela V.

Durante a pandemia do COVID-19, Gabriela viu um problema recorrente se destacar: a pobreza menstrual. E, do outro lado, estão os efeitos ambientais: uma pessoa que menstrua acumula, em média, 200 quilos de lixo com absorventes descartáveis, a maior parte de plástico que permanecerá na natureza por 400 anos. Com o intuito de trazer à tona discussões sobre saúde sexual, direitos reprodutivos e ajudar na prevenção do abuso infantil, Gabriela fundou o Ciclo de Amor.

O projeto realiza rodas de conversa, oficinas e palestras em orfanatos e escolas públicas; também passou a doar kits de higiene, chamados de “Kits Amorosos”, além de cestas básicas e absorventes ecológicos reutilizáveis. No ambiente digital, o grupo traz discussões sobre os temas em foco pelo LinkedIn, Instagram e TikTok. O projeto começou como uma iniciativa da GirlUp e, com o tempo, foi abrindo inscrições para que mais pessoas se juntassem e apoiassem a causa.

Atualmente, a equipe é composta por 30 pessoas, com meninas e meninos trabalhando em áreas como Relações Públicas, Campanhas, Mídias Sociais e Parcerias. Em 3 anos de trabalho, o Ciclo de Amor doou mais de 700 absorventes, 50 cestas básicas e recebeu mais de R$ 30.000 em parceria com organizações que apoiam impacto social. Gabriela quer um mundo onde meninas periféricas tenham sua dignidade respeitada, principalmente pelo Estado, e que a pobreza menstrual não seja mais uma realidade. Para os próximos anos, seus maiores objetivos são que as mães da periferia do Rio de Janeiro possam produzir os absorventes que sua própria comunidade vai usar e a expansão do projeto para outros estados. Ela também quer triplicar o número de absorventes doados, alcançar homens trans e mulheres PCDs.