Beatriz L.

Filha de professores da rede pública e criada no terreiro de candomblé, as discussões sobre comunidade e diversidade sempre estiveram presentes na família de Beatriz. Ao ingressar no Ensino Médio, ela começou a refletir sobre como a estrutura do sistema de ensino poderia melhorar, principalmente no que diz respeito a ter espaços em que estudantes possam ser ouvidos. Bia viu que a escola hoje é um lugar muito voltado para a preparação de alunas e alunos para a profissionalização, sem a preocupação com sua educação em disciplinas humanísticas, como Sociologia, Filosofia e História. Junto com sua amiga Ingrid, ela decidiu fundar o Projeto Equidade, que promove oficinas para criar um espaço de conhecimento e debate sobre esses temas.

O projeto se concentra em três tópicos principais: raça, gênero e educação sexual. As oficinas são estruturadas para estimular a reflexão de estudantes sobre suas identidades, para, a partir disso, criar novas possibilidades de convivência e diálogos. Depois das oficinas, os participantes se tornam multiplicadores da experiência, compartilhando o que aprenderam com jovens de outras escolas. O projeto também utiliza o Instagram para disseminar conteúdos e promover lives sobre os temas que geram maior interesse, e assim aumentar seu alcance e impacto. Beatriz trabalha com uma equipe de sete voluntários que dividem as principais responsabilidades do projeto: comunicação, relações internas e pesquisa. Também é apoiada por profissionais com experiência em estudos de raça, gênero e sexualidade, que atuam como conselheiros, auxiliando na elaboração dos conteúdos. O Projeto Equidade tem criado ambientes seguros para que estudantes possam reconhecer e abraçar a diversidade como riqueza, além de descobrir seu potencial enquanto transformadores da sua própria realidade.